sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Colecionismo de Arquivos digitais de cultura

Não é estranho, que mesmo com tantas obras digitais gratuitas, nós ainda sentimos a necessidade de pagar por este conteúdo?

Os serviços de streaming musical – tão condenados por diversos artistas -   no mundo, já correspondem a 20% das receitas de mercado digital, mesmo todos nós sabendo que podemos encontrar gratuitamente, através de outras ferramentas, todas –ou quase todas- as músicas de nossas playlists.

David Byrne, ex líder dos Talking Heads, criticou o Spotify - serviço de streaming mais famoso- dizendo que tal serviço estava criando uma cultura de blockbusters, e que seria um desastre para os artistas contemporâneos.

No Brasil, o músico Marcelo Jeneci, que disponibilizou seu último disco gratuitamente, defende que a remuneração nesses sistemas não é bem equacionada, mas que vão se ajustar pelo caminho.

Paralelo ao crescimento do streaming, as vendas de vinil também crescem no Brasil e no mundo. Em 2014 a tradicional rede - e selo - de discos inglês, Rough Trade, abriu sua primeira filial nos Estados Unidos, no Brookling, em Nova York. Em 2015, a também inglesa rede de supermercados Tesco - a mais popular do país – voltou a vender discos de vinil em suas prateleiras. Assim também ocorreu a rede natureba hypster Whole Foods Market.

Em relação à Literatura, outro gênero artístico que propagou sua comercialização digital através de Kobos, i pads e derivados, também é reconhecida uma valorização do “produto/livro/matéria”, principalmente pelos booktubers – youtubers com canais voltados para o assunto-, nos últimos dois anos.

A editora brasileira Darkside Books, é um exemplo de negócio que surgiu de encontro com a maré digital. E ainda não publicou e books e tem como chamariz capas irresistíveis aos aficionados. Em 2014, a Biblioteca Nacional expediu apenas 1% a mais de livros digitais do que em 2013.

Qualquer alteração de comportamento, gera conflito. Enquanto consumidores, artistas e empresários não chegarem a um modelo efetivamente interessante para todos os lados, vale-se da comprovação de que não existe crise ou facilidade que impeça o desejo humano de “feudar” o que ama.



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